quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Retrato


Jazz maquinário tocando no rádio, tocando meus pelos arrepiados de medo da solidão. Da janela consigo ver um pedaço de araucária um pedaço do prédio da frente. Mas só a luz do meu abajur está acesa. A porta tá aberta, mas ninguém entra. Aqui no quarto não tem cortina e mesmo assim a senhora que passa manhãs na sacada da frente não me sorri. A lua já caminhou de um lado para o outro, mas meus pés continuam fincados no colchão nem descem para o chão. Como se já não bastasse, eu quis rever Melancholia. Como se fosse possível, eu discordei de mim mesma. Como se adiantasse, eu fiz uma ligação.

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