quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Crisântemos

A minha boca tá seca e quebrada. Não, não é por causa do frio nevado e longo que faz nessa vidade. É porque tua saliva não me lambe mais. Meus seios estão murchos. Não, não é porque eu tô velha. E muito menos porque eu alimentei muitos filhos. Eu nunca tive alguém sangrando de mim além de mim mesma. É que tuas mãos estão ausentes e indizentes. Meus olhos quase não piscam porque dói fechá-los abri-los e ver que você ainda não está outra vez. E nem nunca mais. Nunca menos. Nunca menos difícil que agora sendo. A minha parte molhada não é minha coxa lambuzada ela é de lágrima salgada. Arde quando sai da boceta. Não, eu não quero rascunhos. E nem me importo se sair torto ou borrado. Eu quereria se pudesse e quero mesmo não poderia. Mas é que a terra vira lama quando molha ou umedece e fede embaixo da grama.

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